Chefe do Ministério Público defende possibilidade de investigação
"Não queremos presidir inquéritos policiais, mas conduzir expedientes de investigação de natureza criminal". A declaração foi feita pelo Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Roberto Bandeira Pereira, durante entrevista à Imprensa. A coletiva ocorreu na sede do Ministério Público Federal, na Capital, nesta terça-feira, 22, dia nacional de mobilização contra o projeto que pretende retirar da Instituição o poder de desenvolver atividades de investigação criminal.
O ato que teve o objetivo de chamar a atenção da sociedade para uma ameaça iminente, contou com a participação do Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Mauro Henrique Renner, do Procurador-Chefe da República no Rio Grande do Sul, Marcelo Veiga Beckhausen, do Delegado da Associação Nacional dos Procuradores da República, Waldir Alves, e do Procurador da República Criminal, Rodrigo Valdez de Oliveira.
O Chefe do Ministério Público gaúcho deixou claro que "o Ministério Público não deseja assumir o papel da Polícia", mas "não quer perder a possibilidade de investigação". Ressaltando a intenção de resguardar os interesses do Ministério Público que, por sua vez, são da sociedade, Roberto Pereira disse que "o momento é preocupante e será um retrocesso histórico limitar a Instituição na investigação". Esperando que o Supremo Tribunal Federal "faça uma leitura completa e concreta do caso em julgamento", Roberto Pereira salientou ser "preciso racionalizar em benefício da sociedade". "Não queremos substituir a autoridade policial, mas ter a possibilidade conjunta de investigar".
Sublinhando que "não desejamos ser os únicos atores, tanto que a Força-Tarefa não é do Ministério Público, pois é integrada por outras instituições", o Procurador-Geral de Justiça concluiu dizendo que a Instituição quer, sim, "estar mais próxima da Polícia e trabalhando em perfeita sintonia com os órgãos de segurança pública". "A proposta é somar esforços", frisou Bandeira Pereira, observando que com a discussão desse tema "quem está sendo atingido não é o Ministério Público, mas a sociedade".
Jorn. Marco Aurélio Nunes